texto novo no acervo trans-anarquista, “Gêneros e Sexualidades em Movimentos Anarquistas”, de Sandra Jeppesen & Holly Nazar. originalmente publicado em inglês no livro “The Continuum Companion to Anarchism” (2012), organizado por Ruth Kinna e editado por Continuum International Publishing Group. traduzido pelo acervo digital trans-anarquista em agosto de 2025, disponível em nosso acervo digital.
“As primeiras mulheres anarquistas desafiaram a estrutura familiar patriarcal, defendendo a autonomia corporal, o acesso a métodos contraceptivos, a igualdade de gênero e a liberdade sexual. Ao mesmo tempo que desafiavam a dominação masculina, também rejeitavam a dominação do estado, recusando-se a participar nas lutas pelo sufrágio feminino. No início do século XX, mulheres anarquistas envolveram-se cada vez mais em uma série de questões, desde os direitos de trabalhadores imigrantes até organizações anti-guerra. Simultaneamente, anarquistas desempenharam um papel no crescente movimento de emancipação LGBTQ, à medida que estas lutas emergiram. Anarquistas feministas e queer se envolveram numa multiplicidade de estratégias e táticas, desde publicações clandestinas e panfletagem até ação direta e protestos, bem como práticas cotidianas, como comunas de moradia e amor livre, muitas vezes transgredindo normas sociais e a lei. Emergindo desta multiplicidade de ações anarquistas, os movimentos anarquistas queer e feministas contemporâneos têm desenvolvido análises e práticas interseccionais que levam em consideração as políticas interrelacionadas de sexualidade, gênero, antirracismo, (i)migração, imperialismo, colonialismo, capacitismo, trabalho sexual, brutalidade policial, complexo industrial-prisional, capitalismo e o estado, entre outras.”