texto novo no acervo digital trans-anarquista, “Recusando-se a esperar: anarquismo e interseccionalidade”, de Deric Shannon e J. Rogue. tradução por Ticiana Labate Calcagniti.
esse artigo pode ser encontrado no acervo digital trans-anarquista
“O Anarquismo pode aprender muito com o movimento feminista. Em muitos sentidos ele já tem aprendido. Anarca-feministas têm desenvolvido análises do Patriarcado que o relacionam com a forma do Estado. Nós aprendemos com o slogan que “o pessoal é político” (por exemplo, homens que defendem a igualdade entre todos os gêneros devem tratar mulheres em suas vidas com dignidade e respeito). Nós aprendemos que nenhum projeto revolucionário pode ser completo enquanto homens sistematicamente dominarem e explorarem mulheres; que o socialismo é antes um objetivo vazio – mesmo se ele for “sem Estado” – se a dominação das mulheres pelos homens é deixada intacta.
Esse ensaio argumenta que anarquistas podem igualmente aprender com a teoria da “interseccionalidade”, que emergiu do movimento feminista. Na realidade, concepções anarquistas da luta de classes foram ampliadas como resultado da ascensão dos movimentos feministas, movimentos pelos direitos civis, movimentos de libertação gay e lésbicos (e talvez, mais atualmente, os movimentos queer), movimentos pelos direitos de deficientes, etc. Mas como nós nos posicionamos considerando essas lutas? Qual é a relação delas com a luta de classes que fortalece a luta pelo socialismo? Nós as dispensamos como “meras identidades políticas” que obscurecem ao invés de clarearem a tarefa histórica da classe trabalhadora? Se não, como podem anarquistas incluir seus interesses em nossa ação e teoria política?”